Por Diego Balbi

Esta é a 12ª edição da Revista Brasileira de Engenharia de Barragens (RBEB) do CBDB. Ilustrando a capa tem-se a UHE Jupiá, localizada no Rio Paraná, entre os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Construída pela CESP, conta com tecnologia brasileira e foi concluída em 1974. Atualmente, é operada pela CTG, sendo uma das maiores produtoras de energia elétrica do País. Sua eclusa é um importante elo de integração hidroviária e possibilita a navegação entre os rios
Tietê e Paraná. 

As “Tendências, Perspectivas e Desafios na Gestão de Barragens de Rejeitos de Mineração” são abordadas de forma bem moderna e clara na Coluna Holofote pelo Doutor em Geotecnia pela Universidade Federal de Ouro Preto e atual Diretor de Geotecnia da Vale, Rafael Jabur Bittar. 

Em seguida, são trazidos 13 relevantes artigos abordando diferentes temas, abaixo listados:

1. Tema - Análises laboratoriais hidráulicas, de solos e rochas e de concreto: “A influência do gradiente de massa seca em solos compactados em laboratório” apresenta sugestões de melhoria para ensaios em corpos de prova de solos nas análises de laboratório;

2. Tema - Contenção de corridas detríticas: Em “A diferença entre as corridas detríticas e as rupturas dos taludes”, os autores apresentam as semelhanças e diferenças desses dois processos geotécnicos, com um destaque às particularidades
das corridas detríticas;

3. Tema - Barragens de rejeito: “Tamponamento de galeria de drenagem em barragem de rejeito - estudo de caso” apresenta, de forma bastante ilustrativa, os desafios no processo de tamponamento de uma galeria no interior de uma estrutura de contenção de rejeitos;

4. Tema - Energia: No artigo “Como a apedrejada Belo Monte salvou o Brasil do racionamento em 2021”, o autor traz um breve histórico do empreendimento de Belo Monte, sua construção e as resistências que sofreu. O texto mostra ainda
como a usina foi relevante para o País em um dos períodos de estiagem mais severa da história. 

5. Tema - Geologia de Engenharia: “Aplicação do algoritmo de redes neurais na avaliação da resistência não drenada de resíduo de bauxita” e “Compatibilização de perfil geológico-geotécnico com tratamento de dados de output de estacas cravadas com equipamento Silent Piler em estrutura de contenção a jusante”.  O primeiro apresenta novos estudos sobre a aplicação de redes neurais na Geotecnia, e o segundo trata de uma análise dos parâmetros de resistência obtidos em um maciço tratado com a cravação de estacas metálicas a pequenas vibrações.

6. Tema - Hidrologia: “Parametrização e simulação hidráulicohidrológica em estudo hipotético de rompimento de barragem” e “Especificações mínimas para estudo de rupturas de barragens: a legislação aplicada em Minas Gerais” trazem novos elementos para um tema que vem se desenvolvendo, que é a propagação de cheias de rupturas hipotéticas de barragens.

7. Tema - Instrumentação: “Barragem do rio descoberto: acompanhamento das vazões de percolação, com informe das melhorias previstas na barragem” traz um estudo de caso interessante com os resultados e recomendações advindos do
processo de monitoramento e manutenção de barragens. 

8. Tema - Segurança de Barragens: Em “Normativas aplicadas à segurança de barragem: conflitos e sobreposições de competência”, os autores buscam apontar os conflitos e sobreposições de competência entre as leis e regulamentações
ambientais e de segurança de barragens pelos diferentes órgãos. No artigo “Sistema IOT de alarme de emergência em barragens usando LORAWAN”, os autores apresentam inovadoras soluções para auxiliar o projeto de sistemas de alarme para comunidades potencialmente afetadas por ruptura de barragens. E em “Metodologia para determinação das prioridades da manutenção de barragens de usinas hidrelétricas e estruturas associadas”, é apresentada uma nova abordagem para o processo de priorização no tratamento de anomalias e deteriorações em barragens.

9. Tema - Hidráulica e Vertedouros: No artigo “Desvio do rio por adufas: comparação do comportamento hidráulico entre a abordagem unidimensional e bidimensional”, os autores apresentam o trabalho realizado para avaliação de estruturas
hidráulicas de desvio utilizando duas abordagens distintas, uni e bidimensional. Agradeço, em nome da Diretoria do CBDB, o trabalho de nosso Conselho Editorial, que analisou e contribuiu com dedicação e presteza para que sigamos na busca das melhores práticas e do rigor técnico que nossa publicação vem apresentando.

Diego Antônio Fonseca Balbi
Diretor de Comunicação - CBDB