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Usinas Hidrelétricas Reversíveis
USINAS HIDRELÉTRICAS REVERSÍVEIS
O SIN - Sistema Interligado Nacional de produção e transmissão de energia elétrica, operado pelo ONS- Operador Nacional do Sistema, é um sistema hidrotérmico, com 86% de geração por fontes renováveis onde predomina a hidroeletricidade com cerca de 70%, que o caracteriza como um sistema de muito baixa contribuição de gases para o efeito estufa do planeta. As interligações elétricas do SIN, que abrangem 2/3 do nosso território, associadas à distribuição geográfica e diversidade hidrológica das nossas bacias hidrográficas, permitem que a operação do sistema seja feita otimizando a geração e a transmissão da energia gerada de acordo com a disponibilidade das usinas, das fontes e dos custos de geração, a cada programação da operação , buscando garantir segurança , confiabilidade e menores custos para o suprimento de energia elétrica aos consumidores.
O setor elétrico brasileiro tem também, culturalmente, seguido a tendência mundial na busca sistemática por energia limpa, sustentável e de qualidade para atender a crescente demanda, respeitando os requisitos sócio-ambientaiscada vez mais exigentes, para a implantação e operação dos seus empreendimentos.
Com as crescentes restrições à construção de UHEs com reservatórios de armazenamento de energia, o aumento da participação das UHEs a fio d’agua e o crescimento percentual acentuado da participação das fontes eólica e solar na expansão do nosso parque gerador, a inserção de Usinas Hidrelétricas Reversíveis surge como uma alternativa que pode trazer importantes benefícios para o sistema.
As UHEs Reversíveis são hidrelétricas motorizadas com grupos Turbina-Bomba que basicamente tem um reservatório superior e um reservatório inferior que alternam geração de energia do reservatório superior para o inferior quando houver demanda no sistema e bombeamento do reservatório inferior para o superior quando houver excedente de energia, geralmente em horários de baixa demanda e preços mais baixos da energia.
Trata-se, portanto, de uma forma de armazenamento de energia que contribui para atender as flutuações entre a falta e o excesso de energia no sistema podendo essas variações ser horarias, diárias ou sazonais uma vez que a tecnologia atual permite uma resposta dos equipamentos num tempo bastante curto tanto para iniciar a geração como para reverte-los para a situação de bombeamento.
Destaca-se assim o papel das UHEs Reversíveis para atendimento às cargas de ponta do sistema bem como aproveitar para bombeamento, em horas de baixa demanda, a energia gerada pelas usinas eólicas e solares cuja disponibilidade apresenta intermitências não controladas decorrentes das características naturais dessas fontes. As UHEs Reversíveis são também uma forma econômica e socioambiental eficaz de armazenamento de energia uma vez que não necessitam de grandes reservatórios e tem melhor perspectiva de viabilidade quando situadas próximas a centros de consumo e aproveitando quedas elevadas para a geração. Diferentemente das UHE convencionais, o armazenamento se da no conjunto dos dois reservatórios, superior e inferior, praticamente em circuito fechado ou semiaberto e a alternância entre geração e bombeamento pode ser em intervalos muito curtos de tempo podendo em alguns casos ocorrer varias vezes ao dia. O dimensionamento energético da usina e dos reservatórios depende de cada caso específico.
Conceitualmente, portanto, a viabilidade das UHEs Reversíveis deve ser avaliada conforme os benefícios decorrentes da sua inserção no sistema, como atendimento a ponta, confiabilidade, qualidade no suprimento, flexibilidade proporcionada pela complementariedade com as demais fontes além de outros benefícios a serem analisados em cada caso específico.
Na Europa Ocidental, Estados Unidos, China e Japão encontram-se os maiores montantes de potência instalada em UHEs Reversíveis e a utilização dessas usinas vem aumentando notadamente como suporte para a implantação e complementação da geração das demais fontes renováveis principalmente a eólica e a solar.
A participação de UHE Reversíveis no sistema brasileiro já foi objeto de estudos no passado. Atualmente a EPE – Empresa de Pesquisas Energéticas está desenvolvendo novos estudos de inventario de potenciais locais de interesse para a inclusão de UHE Reversíveis no SIN. Em novembro de 2014 sob coordenação e na sede da Eletronorte foi realizado um Seminário sobre UHEs Reversíveis e a partir desse evento foi criado o Grupo Brasileiro de Usinas Hidrelétricas Reversíveis visando fomentar os estudos e as ações necessárias para viabilização da utilização das UHEs Reversíveis no sistema elétrico brasileiro. Empresas do setor, investidores e fabricantes de equipamentos participam desse grupo que tem se dedicado a avaliar essa possibilidade, que passa pela necessidade do estabelecimento de definições regulatórias e comerciais especificas para a outorga desses empreendimentos. O CBDB participa e colabora com esse grupo confiante nos bons resultados que as UHEs Reversíveis poderão proporcionar para o nosso setor de energia e para o país.
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